Macrocosmos microscópicos

Ontem trovejou. Intensamente. Seguido de uma chuva de verão com pingas grossas e abundantes. O cheiro a terra que ajudou a levantar traz sempre memórias de vidas que não vivemos, mas trazemos dentro de nós. É aquela sensação de algo «familiar», que não se consegue explicar. Apenas se sente.

A trovoada faz-me bem. Acalma-me. Refresca-me. Não costumava ser assim. Mas um verão aconteci-me assim. Como se a energia elétrica servisse de condutor entre a atmosfera e o meu sistema nervoso. E ela continuava por cima de mim, por cima de todos nós, a relampejar como se de fogo de artifício se tratasse, a lembrar-nos da existência de um cosmos antiquíssimo e misterioso.

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