Catedrais interiores

Um dos meus sonhos recorrentes é com templos religiosos, que os encontro ou os vejo a partir do seu exterior ou, então, que estou no seu interior.

Estes templos situam-se normalmente em lugares rochosos, altos, por vezes junto a costas marítimas. Quando no seu interior, tanto me acontece entrar a meio de uma cerimónia religiosa indiscriminada ou, então, dou por mim a explorá-los e a perder-me nos seus labirintos de divisões e níveis sempre ascendentes.

Regra geral, têm todos uma arquitetura austera indiscriminada, granítica, de tetos altíssimos, embora pouco iluminados no seu interior. Por vezes, dou por mim a passar o resto do sonho meio perdido numa plataforma/nível/andar, sem encontrar meio de dali sair. Regra geral também, não estou sozinho e apercebo-me da presença de várias pessoas, igualmente indiscriminadas, que por eles circulam, oram, oficiam.

A sensação que me invade quando tenho estes sonhos é uma de paz, também ela indiscriminada e sem causa que a justifique e, sobretudo, de grande curiosidade que me leva a descubri-los e a penetrar gradual e persistentemente nos seus interiores.

Ultimamente, não tenho sonhado muito com tudo isto. Talvez devido ao facto de, nos meus dias vagos, tanto ter entrado neles nas minhas andanças.

Ontem, dou por mim a aprender sobre o conceito de Brahma Muhurtha. E sinto que penetro cada vez mais pelas minhas catedrais interiores com uma candeia de luz mais intensa.

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