A Rosácea da Princesas



É fundamental resgatar do purgatório alguns artistas e reavaliá-los sob a luz de um novo século. Caso em questão: o arquiteto Raul Lino.

Apreciador convicto da sua obra urbanística, descubro-me e descubro-o com novos olhos numa sua faceta tristemente negligenciada - a ilustração de obras literárias.

Esta maravilha que se intitula "A rosácea das Princesas" é um desenho aguarelado e avivado a ouro, feita para o conto de romance "Castelo do Amor" (1909) do olvidado Manoel de Sousa Pinto (1880-1934), grande amigo do arquiteto. Em "Castelo do Amor" um pajem busca o Amor. A certa altura diz-lhe "uma gentil mulher de olhos verdes" de nome Esperança: "Encontrá-lo-ás além, no seu velho castelo, novo de cada dia". Mais adiante no enredo, vencido o monstro da Desilusão, a irmã de Esperança, de nome Alegria, diz-lhe: "Passado o bosque dos loureiros, que são de vitória, descobrirás o laranjal, que é das donzelas. Colhe entre os louros um ramo, tece uma grinalda de laranjeira, e segue! Logo descobrirás a soleira de oiro do velho castelo novo em cada hora".

Se como eu, ficaram com sede de mais, prometo que irei fazer mais publicações sobre este exímio artista. Prometo.

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